sexta-feira, 9 de março de 2012

Qual é a música?

Escute enquanto lê ...

A vida é feita de ciclos e fases. Temos momentos sertanejos, sempre cheios de ginga e animação. Às vezes, estamos mais para rappers, fazendo nossas reivindicações, botando a boca no trombone. Ou, quem sabe, se sentindo o último biscoito do pacote, cheios de glamour, bem estilo R&B.
Há algumas semanas, poderia dizer que o estilo musical que mais definia meu momento de vida é o eletrônico. Em “super velocidade”, as músicas são tão agitadas que parecem ultrapassar a barreira do som. Mas acho que depois de toda tempestade, vem mesmo a calmaria. E, se pudesse resumir, acho que, na maior parte dos dias e horas que compõem e compuseram a minha vida, fatalmente eu seria puro blues.
Blues? Mas por quê? – você pode pensar.
Bom, eu ainda toco à moda antiga, com notas simples, de baixa frequência. Num tipo de estrutura repetitiva. Sim, uma coisa que aprendi na vida foi a valorizar a simplicidade, a rotina, ter todos os dias iguais e saber que serão sempre diferentes, cada um com sua peculiaridade. É o que move o mundo. É o que me move, me tira da cama com um sorriso de orelha a orelha.
Mas não é SÓ por isso que eu vivo em uma “bolha blues”. Como toda canção típica, eu vivo conversando comigo mesma, pensando e repensando o porquê das coisas. Vivo também um eterno romance de campos verdes e vastos, flores com aromas inesquecíveis, e a leveza da brisa de uma primavera, tocando meus cabelos tão suavemente quanto à mão de um pianista tocando as teclas do sua alma.
Ah, e eu não podia deixar de fora o tom exageradamente melancólico deste ritmo que marca o compasso da minha vida. Tudo ganha proporções gigantescas através das minhas lentes “azuis”. Eu sinto muito, mesmo. Tudo dói demais. Machuca demais. As metáforas, hipérboles, tomam mesmo as rédeas da minha vida. Sem falar que tudo parece eterno, quando estou mergulhada no ritmo. Mas acontece que, todas as coisas passam, mesmo. E nem demoram tanto assim, quando paro para pensar de um jeito mais “pop”.
Mas acho que o traço mais marcante de toda esta escala musical é mesmo a paixão. Acho que é o que me traz orgulho de ser puro blues. Viver apaixonadamente, do modo mais clichê possível. Ver meu coração acelerar por coisas tão pequenas. Acreditar apaixonadamente em cada palavra que sai da minha boca. E, principalmente, me sentir dentro de um filme hollywoodiano dos anos 50, no melhor do american way of life, por aquilo que para você pode parecer nada, mas que se parar para perceber, é tudo que faz diferença na vida.
Então me diga, qual é o seu ritmo?

Um comentário:

  1. Nessa vida intensa que levamos, não têm como identificar um ritmo que domine. Ora predomina o agitado ora o mais calmo. Se pudesse escolher, escolheria o mais calmo. De preferência num clipe onde estivesse em uma praia intocável e livre de preocupações.

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